Quase 30 morreram em acidentes no Corpus Christi

TV Globo 

O número total de acidentes graves e de mortes nas estradas brasileiras diminuiu neste feriado de Corpus Christi. Mas não o suficiente para perder a dimensão de uma tragédia. Só três acidentes mataram quase 30 pessoas.

Em uma rodovia estadual, no interior do Tocantins, a batida de frente entre uma ambulância e um carro de passeio matou seis pessoas. Os corpos foram carbonizados. As causas do acidente ainda estão sendo esclarecidas. Mas testemunhas contaram que o carro invadiu a contramão e atingiu a ambulância. Quatro das vítimas foram veladas no ginásio de esportes em Aparecida do Rio Negro.

“Nunca senti uma dor igual a que eu estou sentindo. Parece que perder o filho não é um pedaço do coração, é o coração todo”, dizia Raimundo Barbosa, pai de uma das vítimas.

Na Região Nordeste, uma sequência de acidentes na BR-135, no sul do Piauí. No sábado (17), dez pessoas morreram e 18 ficaram feridas depois que o ônibus tombou numa curva. O ônibus ia de Boa Viagem, no Ceará, para São Paulo.

No domingo (18), dois caminhões e uma carreta tombaram em trechos próximos. A rodovia é estreita e há desníveis entre a pista e o acostamento que chegam a 30 centímetro de altura. O padrão, segundo o Dnit, é cinco centímetros.

O balanço total da Polícia Rodoviária Federal ainda não está fechado. Mas, os dados de acidentes graves mostram que houve redução. Em 2017, durante a operação Corpus Christi, ocorreram 230 acidentes graves, 20% a menos que em 2016. Também houve queda também no número de mortes.

Em Minas Gerais, 11 pessoas, entre elas um bebê de dois meses, morreram e 19 ficaram feridas em outro acidente grave envolvendo ônibus. Foi na BR-251, na altura de Salinas, Região Norte do estado. O ônibus, que seguia de São Paulo para o interior da Bahia, saiu da pista e capotou. A Polícia Rodoviária Federal suspeita de excesso de velocidade. Mas o tacógrafo que poderia confirmar essa informação está vencido. 

Uma mulher ajudou a socorrer as vítimas. “A gente foi socorrendo aqueles que estavam melhor, que estavam cortados, com a perna quebrada, com o braço quebrado e a gente foi socorrendo e botando aqui no meio da pista”.

Ônibus fretado

O ônibus que se envolveu nesse acidente em Minas Gerais não tinha autorização para transportar passageiros. Quilômetro 86 da Rodovia Fernão Dias. O posto foi a última parada do ônibus em São Paulo. Isso depois de pegar passageiros em outros sete lugares espalhados por vários pontos da cidade.

Partindo de São Paulo, o ônibus tinha como destino a cidade de Euclides da Cunha, na Bahia. A previsão era chegar lá nesta segunda-feira até as 18h. Mas o acidente aconteceu na metade da viagem, na região de Salinas, em Minas Gerais.

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) exige cadastro e vistoria das empresas e dos ônibus para poderem fazer o transporte interestadual de passageiros. Além disso, é preciso ter autorização para cada viagem feita em regime de fretamento. O ônibus que se acidentou em Minas não tinha cadastro e, por isso, é considerado clandestino. As viagens mais baratas e arriscadas são diárias e a pontos de partida bem conhecidos em São Paulo.

Vários deles estão na região do Brás, como registrou nossa reportagem na tarde desta segunda-feira. Lá, o embarque é no meio da rua e as passagens são vendidas em lojas improvisadas.

Segundo o delegado que investiga o caso, o dono do ônibus é Márcio Dantas. Ele se apresentou à polícia como proprietário, mas o ônibus comprado para fretamentos ainda estava no nome do antigo dono. A passagem entre São Paulo e Euclides da Cunha custava R$ 250. Dantas estava entre os passageiros e dormia no momento do acidente. Ele ficou levemente ferido.

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