Espero não me imputem ter matado Celso Daniel, diz Mendes sobre processo do PT

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, voltou a fazer críticas ao PT neste sábado (19), acusando o partido de desviar ilegalmente recursos da Petrobras para financiar suas campanhas eleitorais. 
 
De acordo com o jornal O Estado de S.Paulo, as declarações foram feitas, quando o ministro participava da abertura do 4º Fórum Nacional de Agronegócios, em Campinas. “Eles avançaram sobre o dinheiro público, pois esse era o dinheiro da estatal”, afirmou Mendes.
 
Questionado sobre ter usado o termo “cleptocracia” ao se referir esta semana ao PT e os desvios descobertos na Petrobras pela Lava-Jato, o magistrado observou que em grego o termo significa o poder nas mãos de ladrões. A expressão foi usada durante discussão sobre o financiamento privado de campanhas eleitorais, em sessão no plenário do STF.
 
“Chamei a atenção, a partir do meu voto sobre a questão do financiamento dos partidos. O que vem se revelando na Lava Jato indica que era preciso verter recursos diretamente para o partido”, disse o ministro, acrescentando: “Um terço pelo menos dos recursos que eram tirados extraordinariamente dos contratos da Petrobras, segundo as delações, tinham de ir para o partido. Isso significa que o patrimônio público pertence ao partido”.
 
Segundo Mendes, isso evidencia a instalação de uma forma de retirada “ilícita” de dinheiro da estatal. “Isso tinha de ser denominado. O que é isso? É uma cleptocracia”, ponderou.

 A reportagem informa ainda que, ao ser perguntado sobre a intenção de processá-lo na Justiça, Mendes reagiu com ironia. “Espero que não me imputem ter matado Celso Daniel", disse, referindo-se ao ex-prefeito petista de Santo André, assassinado em 2002 depois de ser sequestrado.
 
Mendes recusou a opinar sobre um eventual processo de impeachment contra a presidente Dilma na Justiça, por entender tratar-se de questão da competência do Congresso. “Mas a gente percebe que tem que haver uma solução política para uma grave crise política", afirmou.

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