“Internet não pode ser usada como campo de guerra”, diz Dilma na ONU

A presidente Dilma Rousseff abriu nesta terça-feira (24) na sede da ONU, em Nova York, a reunião anual de chefes de Estado na ONU com um discurso duro contra o aparato de espionagem global montado pelos Estados Unidos. Para a brasileira, as novas tecnologias precisam de regulação para que não se tornem um campo de batalha.
“As tecnologias de comunicação e informação não podem ser campo de batalha entre os Estados. Temos de garantir condições para evitar que o espaço cibernético seja instrumentado com arma de guerra”, disse Dilma durante a abertura da 68ª Assembleia-Geral das Nações Unidas.
O escândalo de espionagem foi denunciado em junho deste ano pelo analista Edward Snowden — ex-funcionário da NSA (Agência Nacional de Segurança dos EUA), atualmente asilado na Rússia. Documentos secretos vazados por Snowden revelaram que a agência espionou a presidente brasileira e a maior empresa do País, a Petrobras.
A atuação das agências de inteligência americanas no Brasil esfriou as relações entre ambos os países, obrigando Dilma a adiar a visita de Estado a Washington prevista para 23 de outubro.
Em seu discurso hoje diante de dezenas de chefes de Estado, Dilma afirmou que o caso representa um atentado à soberania do País e que exigiu “explicações, desculpas e garantias” aos Estados Unidos.
— Não podem permitir que ações ilegais tenham curso como se fossem normais. Elas são inadmissíveis.
Segundo Dilma, “a segurança de um país jamais pode ser um meio de violação dos direitos de cidadãos de outros países”.
— Sem privacidade, não há liberdade de opinião e expressão, e, portanto, não há democracia. (…) Estamos diante de um caso grave de violação de direitos humanos e liberdades civis.
Diante da falta de respostas dos americanos, a presidente brasileira disse que “não se sustentam os argumentos de que a espionagem destina-se a proteger a comunidade internacional de atos de terrorismo”.
— O Brasil sabe se proteger e não dá abrigos a grupos terroristas.
Dilma afirmou que o Brasil vive “cercado de países democráticos, pacíficos e respeitosos do direito internacional”.
— Vivemos em paz com nossos vizinhos há mais de 140 anos. - Fonte: R7

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