IPCA tem maior alta em quase 8 anos em janeiro, acumula 6,15% em 12 meses

A inflação oficial do país fechou janeiro com a maior taxa mensal em quase oito anos, ainda pressionada por alimentos e despesas pessoais, e com a alta dos preços mostrando forte dispersão, colocando em risco a manutenção da taxa básica de juros do país ao longo do ano.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,86 por cento no mês passado, a maior variação mensal desde abril de 2005, quando a alta foi de 0,87 por cento –em dezembro, os preços subiram 0,79 por cento.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou nesta quinta-feira, o IPCA acumulou nos 12 meses encerrados em janeiro uma alta de 6,15 por cento, a maior desde janeiro do ano passado (6,22 por cento). Em 2012 a inflação foi de 5,84 por cento.
Com isso, o indicador se aproxima cada vez mais do teto da meta do governo para este ano, que é de 4,5 por cento mais 2 pontos percentuais, o que pode colocar em risco a manutenção por vários meses da Selic na atual mínima histórica de 7,25 por cento.
“Vamos ter um período prolongado de 12 meses (acumulados) acima de 6 por cento, nossa expectativa é de que recue de 6 por cento a partir do terceiro trimestre”, previu o economista-chefe do banco J. Safra, Carlos Kawall, para quem o IPCA deve subir 0,40 por cento em fevereiro.
O próprio presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, admitiu nesta quinta-feira, em declarações a jornalista Miriam Leitão, que a expectativa do banco é que a inflação “continue pressionada neste primeiro semestre, ficando em 6 por cento em 12 meses”.
Por outro lado, uma fonte da diretoria do BC disse à Reuters que a autoridade monetária espera um cenário cambial “menos volátil” do que em 2012, o que ajudaria no combate à alta dos preços neste ano.
Kawall, do banco J. Safra, acredita que o BC pode ter que rever sua atual política monetária. “Se o BC começar a observar nos próximos dois, três meses que a inflação caminha para ser mais desfavorável do que ele trabalha, isso pode levar a um aperto monetário.”

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